Alguns encontros são inesperados, ou pelo menos indesejados... porém, muitas vezes, inevitáveis.
Quando pensamos no trabalho da Doula, pensamos em gestantes plenas, em proporcionar orientação sobre a gestação, alívio da dor do parto, apoio físico, emocional, preparo para a chegada do bebê... mas dificilmente para a chegada de um bebê morto – natimorto -, ou mesmo realizar o acompanhamento a uma mulher em sua curetagem ou ao longo do processo de um aborto espontâneo, ou parto já com diagnóstico de óbito fetal.
No entanto, um número considerável de gestantes vivenciam a perda gestacional, e a partir das falas de muitas destas mulheres, percebe-se que ainda é preciso evoluir na assistência, para que haja acolhimento e orientações claras e efetivas em caso de perda gestacional e neonatal.
Comumente essas mulheres não têm voz, não podem escolher qual conduta seguir, pois esta opção não lhe é dada. Não se fala em perda gestacional quando se está gerando. Por qual motivo? Medo? Não vamos falar de coisas ruins? “Vamos pensar positivo!!!” Tabu? Negação da morte? Seja por qual motivo for, isso precisa mudar... Mulheres engravidam. Mulheres perdem seus bebês. Com relação às primeiras, muito temos estudado, mas e com relação às segundas?
Como a Doula pode desempenhar suas funções diante das mães que passam pela perda gestacional?
A Doula é aquela mulher que serve, oferece apoio físico, suporte emocional, proporciona informações e cuidados à mãe e ao seu bebê...Portanto, seu papel é fundamental mesmo, e principalmente, perante a perda gestacional e neonatal.
Fica o convite para discutirmos e colocar em prática a assistência humanizada, acolhedora perante a perda perinatal e o luto vivido por estas mães.
Bianca Fortes
Psicóloga (CRP22991/04), Especialista em Psicologia do Desenvolvimento Humano e em Psicologia Hospitalar, ênfase em psicologia Perinatal, Educadora Perinatal e Doula.
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